domingo, 13 de outubro de 2013

Alma de CORES...

Muitas resenhas de CORES de outono deixam um sorriso enorme em meu rosto... Principalmente quando descrevem emoções que coloquei no livro. 


O romance é a base de CORES, mas a alma dele é muito... muito maior. Saber que esta mensagem é compreendida pelo leitor, encanta minha alma... Ai Ai... suspiro.



Antes de escrever a resenha de 'cores de outono' tentei colocar em ordem meus pensamentos e tudo que gostaria de dizer sobre o livro, mas vi que não tinha como. Tem tanta coisa que gostaria de dizer sobre esse livro que me surpreendeu tanto que tenho certeza que vou acabar esquecendo de deixar na resenha alguma coisa. (...)



(...) Para minha alegria terminei de ler um dos melhores livros que já li, um dos mais bem escritos e com mais alegria e satisfação ainda por ser obra de uma escritora brasileira, talento nosso, e não dos cultuados estrangeiros - os quais gosto, consumo, leio e não tenho nada contra fique bem claro!



(...) um ponto na história que eu gostei bastante, a autora soube criar com todos os detalhes uma atmosfera própria para sua história, uma atmosfera boa de se sentir e de se acompanhar no decorrer da leitura. Situando a história em uma pequena cidade ao pé de uma montanha, para mim foi inevitável uma certa comparação com os romances de Nicholas Sparks, e digo isso não de uma forma negativa como se a autora tivesse copiado algo, não; o que quero dizer é que a mesma vontade que tive de conhecer Oriental, a pequena cidade de 'o melhor de mim', também tive em conhecer Campo Alto, a cidade de 'cores de outono'. No decorrer da leitura a autora vai nos apresentando aquela cidade e ao seu cotidiano de uma forma tão convidativa que não teve como não querer estar naqueles bosques, naquelas trilhas e naquela montanha tão repleta de segredos. Mesmo com as pinceladas de suspense na minha opinião a aura que predomina na cidade é a do romantismo; tudo na pequena cidade que Keila Gon criou é muito bucólico, aconchegante, acolhedor, mesmo estando presente na história a fofoca e o disse-me-disse tão característicos das cidades pequenas. Com sua montanha mágica e seus bosques que escondem paraísos secretos - e alguns perigos - Campo Alto foi um lugar criado nos mínimos detalhes para se viver uma bela história de amor. E essa história está lá.



Com toda certeza o ponto mais forte da história são seus personagens, principalmente, claro, o casal protagonista. Confesso que não sou um leitor que se apega muito a personagens, e digo isso na questão de nem sempre achar que eles são o principal de uma história. Para mim em 90% dos casos o que mais me interessa é a história em si, se ela me emociona ou não, se ela me diverte ou não, se ela me deixa triste ou não. Não fico como muitos leitores prestando atenção nos detalhes do personagem, se foi bem construído, se é verossímil, se me cativa ou não; o que realmente presto atenção é se a história é emocionante, se tem cenas bonitas, cenas tristes que me façam chorar (sim, gosto de histórias que me fazem chorar). Cores de outono foi um caso à parte nessa questão.



Narrado em primeira pessoa pela protagonista, Melissa, não teve como não se ater a personagem e seu par na história. Melissa foi na minha pequena opinião, já que personagens não são sempre o meu foco, uma personagem muito bem desenvolvida, construída e conduzida. Melissa é um pouco atrapalhada, mas não boboca; se mete em algumas encrencas, mas não é uma pessoa desligada e acima de tudo é muito amorosa com a família e com os amigos. Perdendo a mãe e o padrasto em um terrível acidente de carro ela toma para si sem piscar a responsabilidade de cuidar de sua irmã caçula, Alice. É no cuidado dessa irmã que está alicerçada agora a vida de Melissa assim como cuidar também de seu querido avô, George. No cuidado com a família Melissa mostra todo seu altruísmo, deixando de lado, sem se importar, sua vida pessoal e social. O relacionamento dela com a família é muito bonito de se ver assim como são engraçadas algumas situações que ela passa por ser um pouco distraída às vezes. Ela diz que as forças ocultas do universo conspiram a favor de seus embaraços.



Junto a Melissa, formando um dos melhores casais literários que já vi, temos o misterioso, arrogante, sinistro e, claro, dono de uma beleza sem igual, Vincent Dippel. Tão bem construído e conduzido como Melissa, Vincent é um personagem que chama a atenção desde suas primeiras aparições. Misterioso e um pouco sinistro além de muito arrogante, Vincent é evitado por todos na cidade por ser um dos moradores da tida "assombrada" montanha da cidade. Desde o primeiro encontro dos dois, que por pouco não acaba em tragédia, uma tensão é formada entre Melissa e Vincent, e a cada encontro, quase sempre desastroso dos dois, essa tensão vai aumentando. E esse é outro ponto forte do livro, na minha opinião. Os dois não se encontram pela primeira vez e 'puf' estão apaixonados arrebatadoramente. Melhor do que acompanhar um amor a primeira vista foi acompanhar a evolução do relacionamento - à principio muito conturbado - dos dois.



Os encontros desastrosos, as discussões, a implicância mutua, tudo foi acontecendo de forma gradativa, bem mais parecido com a vida real, e para mim o mais incrível é que nada disso tornou a leitura chata ou sem graça por não ter o casal logo aos beijos e abraços. A grande ligação dos dois a principio foi no olhar; Melissa fica quase que prisioneira dos 'oceanos turquesa', como ela define o olhar de Vincent. A autora mais uma vez mostrou seu talento e domínio de narrativa ao conduzi-los muito bem, mesmo que mais brigando do que se entendendo, e acho que foi isso que fez com que os personagens principais me conquistassem. Achei a relação de Melissa e Vincent muito real e quando chegou o momento em que os dois se envolveram para valer foi tão natural e tão bem embasado e mais ainda, esperado, que era como se houvesse uma torcida organizada por aquele momento (e eu fazia parte dessa torcida).



Até agora estou admirado com a maravilhosa narrativa da autora e com o domínio que ela tem de tudo em sua história, de cenários a personagens e situações. Já disse em outras ocasiões aqui no blog que não sou muito fã de narrativas em primeira pessoa, poucas me conquistaram desde que comecei a ler e com certeza a de Keila Gon entrou para essa lista. Acho que foi um grande acerto da autora ter optado por primeira pessoa (não sei se pensou em outra); fiquei imaginando a narrativa da história em terceira pessoa, por pontos de vista de outros personagens, mas confesso que não achei que ficaria tão bom quanto ficou. Conduzindo sua história pelo olhar atento de Melissa, Keila Gon não deixou escapar nem um detalhe em nenhuma situação que criou, o domínio e qualidade de sua narrativa foram um dos melhores que já vi. Prova disso foi ela conseguir levar seus protagonistas a darem o primeiro beijo após um pouco mais da metade do livro. Para mim só consegue isso um escritor muito talentoso, o que é o caso. Cores de outono não foi apenas um livro bonitinho, uma historinha de amor com pitadas de fantasia, foi um livro escrito com muita qualidade e acima de tudo muito talento. A autora é uma escritora nata e pronta. E, claro, como não poderia deixar de ser vieram de minha parte as comparações com os estrangeiros que tanto gosto. Mas não foram comparações na questão de avaliar se ela escreve melhor ou pior que um escritor de fora; a questão para mim foi muito simples e óbvia: Keila Gon escreve tão bem quanto um Nicholas Saprks da vida ou uma Emily Giffin. Na minha opinião a escrita dos três se equipara e se colocassem um nome estrangeiro na capa do livro, sem nem uma identificação de que se trata de algo escrito por um autor nacional, aposto que ninguém notaria a diferença - eu pelo menos não notaria. 



Digo novamente, não estou comparando se a escrita nacional é melhor que a estrangeira ou vice-versa, o que estou tentando dizer é que consumimos tanta literatura de fora (e não acho que seja ruim) que às vezes os nossos parâmetros de qualidade, de boa escrita, de boa narrativa acabam sendo eles mesmo. E para mim é muito bom ver que temos aqui em nosso país escritores tão bons na literatura de entretenimento quanto os estrangeiros que tanto gostamos. Para finalizar quero dizer que essa resenha trata-se apenas da minha opinião sobre um livro que gostei muito, muito mesmo e que recomendo a todos. Se você for atrás do livro não espere encontrar nele coisas mirabolantes, muita ação, muita adrenalina, nada disso... Cores de outono está muito acima disso; espere encontrar magia, encanto, muito amor e sensações para embalar o coração.



 Pois é... Pois é... Fico corada, agradecida, e muito... MUITO feliz por seu olhar de leitor Jean!




2 comentários:

  1. Oi Keila, tudo bem? Gostaria de saber se aceita firma parceria com o meu blog. Caso queira saber mais informações sobre ele, é só acessar esse link. Ah, se quiser entrar em contato meu E-mail é nati.natipacheco@hotmail.com. Um super beijo, Light As The Breeze

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  2. Oi Keila quanto tempo??? Só passava para dar uma espiadinha e não dava tempo de comentar... mas antes tarde do que nunca. Hoje passei na Camomila e quando vi a fotos de vocês me bateu uma imensa saudade. Flor, todos esses comentários e carinhos são merecidos, porque é a colheita que você está fazendo depois de espalhar tantos sementes boas pelo caminho e ainda bem que colhemos junto kkkkkkk. Desejo mais e mais sucesso ... pode ficar sem graça, corada etc e tal... mas seja, acima de tudo Feliz!!! Todos nós ganharemos com isso kkkkkk. Estou esperando o próximo volume com ansiedade. Um grande abraço da fanzoca e claro, muito e muito carinho.... Regiane.

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